Monday, September 5, 2011

Do início...da travessia...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" Fernando Pessoa.

O primeiro post desse blog tinha que começar com essas palavras de Fernando Pessoa. Palavras que li numa agência de viagem quando estava comprando minha passagem para a Noruega. Uma passagem tão sonhada, tão desejada, tão lutada. Passagem de viagem. Passagem de mudança. Passagem de travessia. Ao atravessar o oceano, eu estaria dando início a uma nova vida para realizar um antigo sonho. Mas não era "só" o oceano que eu tinha que atravessar. A travessia mais dura, e ao mesmo tempo mais prazerosa, é a travessia de sair da zona de conforto e ir em busca do novo: casa nova, trabalho novo, língua nova, cidade nova, país novo, vida nova! É tudo muito lindo e poético se olharmos apenas pro ponto final: morar na Europa e conseguir o título de doutora em Psicologia. Mas não é lá no ponto final que as coisas acontecem; elas acontecem na travessia, e esta não é fácil, embora (ou talvez por isso mesmo) seja igualmente (ou mais) poética que a chegada!

Quando li a frase de Fernando Pessoa senti que tinha acabado de resolver o problema que estava discutindo com minha amiga Patrícia Castro: o nome do meu blog. Afinal, esse será um espaço para relatar e compartilhar muitas das travessias que realizei, estou realizando e irei realizar. Um espaço sobre a minha vivência na Noruega: estudo, amor, descobertas, farras, desafios, dificuldades, curiosidades culturais, desabafos. Travessias e travessuras em terras nórdicas. Porque é realmente no meio do caminho que as coisas acontecem...

Esse primeiro post é dedicado a Cintia Anira e Marina Vilar que, ao viverem a experiência de morar fora do país, me incentivaram a começar um blog. Valeu o incentivo. Já estou começando a gostar :)







6 comments:

  1. Céus! Vou ser a primeira a comentar. Nem acredito! Iupííííííí...! Adorei o texto Karine. E vou seguir todos. Já imagino o quanto será delicioso ler suas travessuras. E travessias também.

    Beijão e seja bem-vinda a blogosfera!

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  2. Quando vi no Face que tu tava iniciando um blog, logo pensei: "tenho que acompanhar tudo, porque em se tratando de Karine... Já viu a qualidade!!!!" Acho que tu sabe que nós, aqui de T.O., torcemos muito pelo seu sucesso, e que é você é um grande exemplo pra gente!! Vou estar sempre por aqui! beijinhos!!

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  3. Cintia, você tinha que ser a primeira a comentar! Agora vamos trocar mais experiências por aqui! :) Meninas de TO, vocês são muito especiais pra mim! Obrigada por todo carinho e apoio! Beijo grande!

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  4. o ponto final é bem poético mesmo. mas no meio do caminho tem sempre uma(s) pedra(s) rsrs Mas elas que moldam a gte,né?E a gte tb as lapida.E não poderia deixar de mencionar nossos mundos paralelos! Tenho pensado nisso kkk Se prepare para mtas travessuras em terras nórdicas cmg tb hihi E coloco aqui tb um trecho q eu adoro da Insustentavel Leveza do Ser e q tem a ver com esse seu momento tb. O narrador diz que, na vida,

    "não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se uma ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida? É isso que faz com que a vida pareça sempre um esboço. No entanto, mesmo "esboço" não é a palavra certa porque um esboço é sempre um projeto de alguma coisa, a preparação de um quadro, ao passo que o esboço que é a nossa vida não é esboço de nada, é um esboço sem quadro."

    E há algo de maravilhoso nisso, han??

    AMO!!!!!!

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  5. Docinho! A força da superpoderosa no além mar...
    Tem uma música de Gonzaguinha que diz:
    "E aprendi que se depende sempre
    De tanta, muita, diferente gente
    Toda pessoa sempre é as marcas
    Das lições diárias de outras tantas pessoas
    E é tão bonito quando a gente entende
    Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá
    E é tão bonito quando a gente sente
    Que nunca está sozinho por mais que pense estar
    É tão bonito quando a gente pisa firme
    Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos
    É tão bonito quando a gente vai à vida
    Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração..."

    Acho que para este começo não é preciso dizer mais nada... :)
    Aguardo próximos posts...

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  6. Pati, se não fosse as pedras que graça teriam os castelos, não é? Putz, esse trecho da Insustentável leveza do ser é massa demais! Lindinha, as palavras de Gonzaguinha dizem tudo mesmo. Lindo demais! Bom ter vocês aqui comigo :) Beijos

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